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Fory

Carlos Alberto Dias do Nascimento veio ao mundo em 10 de junho de 1959. Ganhou o apelido de Fory ainda menino, quando todas as crianças do seu meio gostavam de inventar nomes entre si. Aproximou-se da madeira na marcenaria próxima da sua casa em Cachoeira, quando o pai encaminhou-o para aprender um ofício por volta dos dez anos de idade. Dali seguiu para o ateliê de Boaventura da Silva Filho, Louco, onde conheceu a escultura e iniciou como ajudante, auxiliando nos acabamentos e limpeza do espaço de trabalho. Com pouco tempo já começava a entalhar suas primeiras peças, ainda seguindo o estilo de linhagem da família do seu mestre, porém queria buscar seu próprio estilo, e foi em contato com outros artistas como o escultor Bolão, Valdemir Cardoso do Nascimento (sobrinho do Louco), e o gravador alemão Hansen Bahia, e também com o movimento político negro que se afirmava na época, que conseguiu articular seu próprio vocábulo visual da escultura em madeira.

As formas surgem, conversam com o artista de dentro de pés de mesa antigos, peças de telhado demolidos, assoalhos de sobrados outrora pisados, até se tornarem quebra-cabeças de formas sinuosas entrelaçadas como fios de cabelos ligando mundos, barrigas que se esticam sob seios apontados, fartos quadris meticulosamente polidos em corpos longilíneos, leves na forma, pesados na composição. Madeira antiga que conta história, e é ouvida pelo artista em cada sussurro que fabula a invenção.

Palavras-chave: escultura, madeira, cultura afro-baiana, orixás, grávidas, esguias, elegância

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